O aparecimento de óleo em praias do nordeste brasileiro foi fonte de repercussão nos últimos dias. Na semana dos dias 15 a 21 de outubro, 109.146 posts mencionaram o tema, um volume 328% maior do que na semana dos dias 8 a 14 de outubro (33.267 posts).
O pico de menções sobre o desastre ambiental aconteceu no final de semana. Foram 98.801 posts nas redes sociais entre os dias 19 e 21 de outubro, segundo dados do Buzzmonitor Trends.
3 dos 6 principais posts que mais engajaram sobre o tema foram feitos pelo Presidente Jair Bolsonaro. Juntos, os posts somam mais de 140 mil interações e 131 mil curtidas.
Confira o volume de publicações com os termos “óleo” e “nordeste” entre os dias 21 de setembro e 21 de outubro:
Uma das supostas responsáveis por derramamento de óleo na região foi a empresa Shell Brasil. A empresa foi questionada após barris da marca terem sido encontrados em regiões contaminadas por óleo. O que chama a atenção, porém, é a variação do volume de menções à marca.
A empresa afirmou em comunicado publicado no dia 17 de outubro que o óleo não é dela e que as embalagens foram reutilizadas. No dia 19, 11,95% (4.462) dos 37.374 posts coletados mencionam a marca. Já no sábado, a Shell aparece em apenas 1,11% (427) dos 38.359 posts do dia. O buzz sobre a marca teve um pico no dia 19 mas caiu no dia 20, após a divulgação na imprensa do comunicado oficial da marca.
Volume de publicações com os termos “óleo”, “nordeste” e “shell” entre os dias 21 de setembro e 21 de outubro:
Entre os posts que geraram mais engajamento no Facebook, 4 dos 6 principais tratam da investigação feita pela Marinha junto à Petrobras que indicou a Venezuela como possível origem da substância encontrada nas praias nordestinas.
A Petrobras aparece em pequena quantidade de posts sobre o tema. A estatal foi mencionada em apenas 380 publicações, 0,38% do total entre os dias 19 e 20 de outubro (98.801 posts). Veja a evolução dos posts com os termos “óleo”, “nordeste” e “petrobras” entre os dias 21 de setembro e 21 de outubro:
Tanto a Shell quanto a Petrobras publicaram comunicados explicando que não estão envolvidas nas causas do desastre ambiental. No dia 17 de outubro, a Shell emitiu um posicionamento explicando as diferenças entre o seu produto e o óleo encontrado nas praias. As informações dadas pela empresa foram mais divulgadas no dia 19 de outubro, quando a marca teve seu pico de menções no período. Já a Petrobras divulgou um posicionamento oficial no dia 16 de outubro, dia da última alta de menções à estatal no período.
Outra empresa que passou a ser repercutida no caso é a Mapa Professionnel, após sacos com o óleo encontrado nas praias terem aparecido na Praia do Paiva, no Recife. A empresa teve um pico de menções no dia 21 de outubro, com 31 posts:
Apesar do baixo volume de posts, a principal publicação de Instagram que mencionou o envolvimento da empresa chegou a 53 mil interações:
A grande maioria dos posts sobre o desastre ambiental tiveram sentimento negativo (92,7%). Além disso, a divisão por gênero ficou equilibrada, com 32,3% dos posts feitos por mulheres e 35,9% feitos por homens:
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